31 / 10 / 18

Circuito da Mulher promove ações de saúde da mulher durante todo o ano em Marechal Deodoro

De acordo com dados da Secretaria de Saúde, após um ano do início do programa, a mortalidade de mulheres por câncer de colo de útero e de mama, diminuiu em mais de 60% em Marechal Deodoro

Texto: Sthefane Ferreira (estagiária) / Fotos: Wellington Alves

Fazer autoexame, realizar citologias e mamografias são alguns procedimentos que normalmente as mulheres realizam somente no Outubro Rosa – mês de prevenção do câncer de mama. No entanto, há um ano, o município de Marechal Deodoro mudou esta realidade.

É que desde o lançamento do Circuito da Mulher, as Unidades de Saúde passaram a realizar ações todos os meses com as mulheres das comunidades. Com isso, a mortalidade de mulheres por câncer de colo de útero e de mama, diminuiu em mais de 60%, segundo dados da Secretaria de Saúde.

No Circuito, as ações de saúde da mulher preconizadas pelo Ministério da Saúde tornam mais simples as atividades necessárias para que a mulher obtenha uma saúde de qualidade. Com o circuito, somente no primeiro semestre de 2018, foram realizadas 1.290 citologias. No mesmo período de 2017, o município contabilizou somente 716. Somente neste mês de outubro, durante a Campanha do Outubro Rosa, foram realizadas 85 mamografias e 298 citologias em Marechal Deodoro.

Uma das estratégias para iniciar a adesão das deodorenses no Circuito é que todos os meses, as Unidades de Saúde realizam uma comemoração para as aniversariantes do mês. Com isso, os agentes de saúde buscam as mulheres através dos dados coletados e armazenados nos tablets.

Além disso, outra estratégia é a busca ativa eletrônica, que é realizada nas unidades. Lá é possível detectar quais as mulheres que estão há muito tempo sem fazer o exame de citologia. Com isso, os agentes de saúde ficam responsáveis por ir em busca dessas mulheres, para que assim, realizem o exame.

De acordo com o secretário de saúde de Marechal Deodoro, Aérton Lessa, desde o início do circuito, o número de mulheres com câncer no colo de útero ou câncer de mama vem apresentando redução no município.

“Antigamente em Marechal Deodoro, após o Outubro Rosa, não se tocava mais no assunto da saúde da mulher, e é assim em outros municípios. Mas aqui desde que aderimos ao Circuito da Mulher, nossos resultados estão sendo excelentes. Após outubro, todas as ações continuam durante o ano inteiro, e é por isso que estamos conseguindo tantos resultados positivos”, afirmou.

A moradora do Bairro de Taperaguá, Elita Maria, de 80 anos, conta que mora no município há oito anos, e que após o Circuito da Mulher conseguiu realizar todos os exames regularmente.

“Eu moro aqui há oito anos, e eu só fazia mamografia quando ia para Maceió. Mas depois do Circuito, eu faço os exames regularmente. E ainda faço o autoexame, como as enfermeiras me ensinaram”, disse a moradora.

Como funciona o circuito?

O Circuito da Mulher funciona com uma cartilha, com várias etapas, em que as mulheres precisam cumprir todas para obter pontos. Em um formato de jogo de tabuleiro, cada deodorense precisa concluir as metas, e a cada três etapas do jogo, elas são premiadas com algum brinde personalizado do programa.

As atividades do circuito permitem que as mulheres possam realizar exames, consultas e recebam informações sobre as principais doenças que mais atingem o público alvo.

Circuito da Gestante

Devido ao sucesso que o Circuito da Mulher obteve no município, foi criado também o Circuito da Gestante, que tem mais etapas e que são monitorados por mensagens via SMS, fato que possibilita um maior contato com a grávida.

O Circuito da Gestante realiza uma série de exames, que visam garantir o bem-estar da mãe e a saúde do bebê. Neste Circuito, as mulheres realizam citologias, e principalmente hemogramas, como forma de prevenir infecção urinária, fato que causa um alto índice de parto prematuro.

Outro fato, é que os números de crianças nascidas vivas de mães com sete ou mais consultas no pré-natal aumentou. Segundo a Secretaria de Saúde, em 2017 somente 40% dessas crianças tinham participado de sete ou mais consultas. Já no primeiro semestre desse ano, o número subiu para 52%.